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sábado, 24 de agosto de 2013

COMER PARA VIVER E PENSAR PARA NÃO DESPERDIÇAR

Hoje recebi um compartilhamento através do facebook que, sinceramente me tirou o apetite, (quem me conhece sabe que para isso acontecer, o negócio foi sério).
Pra falar a verdade, eu já havia escutado algo a respeito, mas nunca tinha parado para refletir, como o próprio vídeo sugere.
Antes de continuar eu gostaria de compartilhar com você; meu caro leitor; o vídeo que me causou tamanho incômodo. 




Agora; que você já sabe sobre o que estou falando; tenho certeza que concordará comigo que, pelo menos uma vez na vida você também já desperdiçou alimento de forma banal e irresponsável.
Ao montar um prato de refeição, muitas vezes nos fascinamos com a aparência, cor, aroma e textura do alimento que está a nossa frente. Se estivermos com fome então; nem se fala!
A questão é que não estaremos saciando nossos olhos, nariz e nem mesmo a boca poderá dar conta daquilo que exceder ao que nosso organismo realmente necessitará naquele dado momento.
Daí duas situações: comer-se-á todo o conteúdo do prato, "tigela" ou seja lá qual for o recipiente onde o alimento estiver sendo servido, correndo sério risco de indigestão posterior ou se desperdiçará os 20, 30, 40... por cento que não se puder ser consumido.
E esta situação já se tornou tão comum em nosso dia-a-dia que passa totalmente desapercebida; quer seja em nossas casas ou em estabelecimentos onde são servidas refeições.




Sou responsável pela contratação do fornecedor de refeições, (quentinhas), na empresa em que trabalho.
No início tínhamos um fornecedor que primava pelo bom relacionamento com os clientes, mas pecava quanto a qualidade das refeições servidas. Daí, o que resultava? Entre 30 e 40 por cento dos marmitex servidos eram descartados. Alguns operários comiam apenas a mistura, outros nem a mistura.
Com muito custo trocamos para outro fornecedor que nos atendia bem, a comida era de boa qualidade, mas reclamou-se quanto a quantidade. Os meus colegas de trabalho diziam que era pouca comida para muita fome, alegando que "peão tem que comer bem para aguentar o repuxo, pois o trabalho é pesado". Só que mesmo assim, eu vinha observando que, um ou outro ainda desperdiçavam parte do alimento e mesmo assim concordavam com a reclamação dos colegas.
Pois bem. Troquei novamente de fornecedor. Comida de boa qualidade, saborosa, variada e em quantidade suficiente para alimentar meus colegas: "operários da construção civil". Meu amigo leitor, pasme que agora, todos os dias o desperdício de comida é tamanho que, os cachorros que ficam circulando na obra na qual prestamos serviço rejeitam pedaços de carne, ossos de galinha e é claro o restante da comida também.

Dessa forma chega-se a conclusão que a questão do desperdício alimentar não está ligada à qualidade, nem aparência, odor ou qualquer outra razão, além da falta de consciência.





Acompanhei uma reportagem realizada pela rede Record na data de 19/08/2013 sobre o comércio de frutas, legumes e verduras que são descartados como impróprios para o consumo no SEASA de São Paulo. A reportagem; que no meu ponto de vista foi de muita serventia; mostrou pessoas que aguardam uma determinada hora da tarde para simplesmente montar verdadeiras cargas de tomates, pimentões, berinjelas, limões, laranjas, etc..., com aquilo que é descartado pelos produtores. 
É de conhecimento que, após um determinado tempo estes produtos realmente podem adquirir características que os tornam inadequados para o consumo ou que pelo menos façam com que tenham a necessidade de sofrerem processamento para não estragarem.
Na reportagem um dos responsáveis pelo SEASA foi questionado quanto a fiscalização das "caçambas" onde são realizados estes descartes, pois produtos "quase impróprios" para consumo estariam certamente apresentando risco a saúde ao serem recolhidos, transportados, provavelmente estocados e posteriormente comercializados; com certeza já em condição bem mais imprópria para o consumo. A resposta foi simples, irresponsável e hipócrita:
- Nós iremos aumentar a fiscalização na medida do possível. 
Agora vejamos se você concorda comigo ou não: Moramos em um país que é, sem dúvida, um dos maiores produtores de alimento do mundo. Por que o desperdício de alimento in-natura é tão grande, que propicia o reaproveitamento por parte de pessoas tão gananciosas e irresponsáveis? Será que, de verdade, estas pessoas que comercializam estes alimentos, se alimentam deles? Por que não se cria um plano de contenção e doação de alimentos; com possibilidade de sobra; pelos "especialistas" que prestam serviço junto a vigilância sanitária e/ou outro órgão que possa contabilizar, avaliar e direcionar estes alimentos que sobram dentro do SEASA para doações.
Como diz uma grande amiga minha: Isso tudo é utopia!
Mas se ficarmos calados, se não manifestarmos pelo menos nossa opinião, jamais teremos mudança alguma e as situações que tanto nos incomodam só tenderão a piorar. 
Fica a dica, então: Vamos comer para viver e pensar para não desperdiçar!

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