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sexta-feira, 27 de maio de 2016

10 ERROS FATAIS QUE JAMAIS DEVEM SER COMETIDOS SE VOCÊ PROCURA EMPREGO

Marc Tawil é sócio diretor na Tawil Comunicação e após ter publicado um anúncio de vaga para Designer Gráfico teve algumas surpresas desagradáveis com os currículos e cartas de apresentação que recebeu.
Segue abaixo, toda a narrativa do ocorrido, publicada no Linkedin:


10 erros fatais que jamais devem 
ser cometidos se você procura emprego

“Anunciar uma vaga de trabalho quando só se fala em cortes soa até como provocação”, me alertou um conhecido. Segundo a lógica retrógrada dele, “melhor seria recrutar algum amigo que está precisando de emprego – e discretamente”. E quando esse “amigo que está precisando” não preenche os requisitos da vaga, quem se prejudica? Ele, eu ou os dois?

Decidi manter meu plano inicial.

Eu estava ciente de que anunciar a vaga para Designer Gráfico Jr. a “desconhecidos” me daria a oportunidade de conhecer gente interessante, antenada, novos rostos e profissionais dispostos a desafios.

Foi assim também.

Mas o anúncio que certamente passaria batido, ou quase, em tempos de economia aquecida, despejou na minha caixa postal uma realidade bem mais complexa e cruel: no Brasil de hoje uma vaga deixou de ser apenas... uma vaga.

“Oportunidade” pode significar um recomeço para quem está fora do mercado; tábua de salvação para quem não tem mais de onde tirar dinheiro para pagar as contas; esperança para quem nunca trabalhou na área; e chance de ouro para qualquer recém-formado. Tudo isso junto e misturado. 

Escolhi anunciar no LinkedIn por acreditar que a rede que agrega milhões de profissionais seria ideal para encontrar este profissional. Deu certo: nossa oferta foi amplamente compartilhada e, nem podendo ser diferente, foi parar em correntes de e-mails, Twitter, Facebook, WhatsApp e vários outros canais. Resultado: 500 CVs recebidos em menos de duas semanas.

Ainda não tive tempo de responder a todos, irei fazê-lo, entretanto, nesse emaranhado de informações pessoais e profissionais, um ponto me chamou atenção: uma parcela considerável daqueles que procuram emprego não sabe, não quer saber ou não faz a menor questão de perguntar para quem sabe o que está fazendo ali.

E por que falar sobre isso, se eu só precisava de um Designer Jr.? Porque seria um desserviço, quase um crime, não advertir aqueles que estão na luta que existem chances reais de uma boa oportunidade ser desperdiçada por erros aparentemente banais.

10 exemplos do que não fazer
Sem expor a identidade de quem enviou seu CV nem individualizar os textos dos e-mails, listei os 10 erros que considerei fatais nesse processo por parte dos postulantes à vaga. Ninguém me contou – eu mesmo dei de cara com eles:

Erros de português
Eles não apareceram em um, dois CVs ou cartas de apresentação. Foram ao menos três dezenas de e-mails com erros de concordância, palavras sem sentido e digitação incorreta. Escrever é arte, mas reler faz parte. Na dúvida, vale sempre mostrar o material a alguém de confiança.
SPAM de destinatários
Esse é um crime inafiançável. Como a pessoa diz que está interessada em uma vaga e manda o mesmo e-mail a três recrutadores, e em aberto? O mesmo vale para quem fez SPAM e tentou disfarçar colocando seu próprio nome como destinatário. Nesses casos, nem li até o fim.
Carreira nada a ver
A vaga é de Designer Gráfico Jr., mas tudo bem, é trabalho, certo? Errado. Li com carinho as apresentações de quem disse que fez carreira em outras áreas e adora Comunicação, como fotógrafos, chef de cozinha, “administrador com conhecimentos em Adobe”. Poxa, peraí... 
“Procura ae”
Bastante irritáveis – e olha que foram muitos, hein – foram os postulantes que sequer anexaram um portfólio ou colocaram um link que levasse aos seus trabalhos. Uma moça chegou a me lançar que “seus trabalhos podem ser vistos no Google Images”. Obrigado, fica para a próxima. 
Inbox no Facebook pessoal
Fui procurado por pessoas que viram a vaga no LinkedIn e me acharam stalkearam no Facebook para saber mais. Se há um canal só para esse tipo de contato, por que me pentelhar abordar no pessoal? Além de uma total falta de noção da realidade de mercado, a pessoa deseja mostrar o quê?  
Blz, vlw, flw, fmz
Nos textos que vieram no corpo do e-mail, me chamaram a atenção (negativamente) os excessos de “blz” ou “vc” etc. Tudo bem que somos uma agência de comunicação, só que isso é uma oferta de emprego, não um bate-papo de WhatsApp. Sem essa numa próxima, flw? 
Currículo desatualizado (pacas)
Dos CVs que analisei, vários pecavam em relação às atualizações. Sobraram currículos datados de 2014 e 2015. Outros mantiveram em seus objetivos OUTRO NOME DE EMPRESA. Penso que não preciso continuar...
Currículo enfeitado (pacas)
É bem verdade que os currículos mudaram muito de uns anos para cá. Há sites que indicam como preenche-los corretamente, templates que produzem resultados incríveis, mas criatividade demais também atrapalha. Recebi obras de arte quase sem texto, outras com textos ilegíveis. Eu só queria contratar alguém... 
Desconhecimentos gerais
Nome da agência escrito errado, nome da agência trocado, core business sem pé nem cabeça e descrição de vaga que não tinha absolutamente nada a ver. Nítida sensação de que a pessoa passa o dia disparando e-mails roboticamente, sem se dar ao luxo de saber quem é quem. Grave.
Stand-up comedy
Salve simpatia! Tá certo que gente bem-humorada sempre se destaca nos processos, na nossa área especialmente, só que investir pesado em sacadas geniaizzzzz num texto de apresentação é pedir para sair fora do tom. Muita gracinha não rola e não faz efeito. Aliás, faz efeito contrário.
Injusto seria dizer que não recebi materiais criativos, bem-feitos e até a visita de um designer, que preferia entregar o CV pessoalmente, pois achava que nenhum e-mail seria mais forte do que contato presencial. Esse mandou bem, mostrou ter personalidade.

Os CVs seguem chegando, mas a vaga foi preenchida na semana passada por uma designer de 23 anos, que já começou conosco. Tinha os requisitos necessários, um portfólio variado e se propôs a oferecer o que havia sido pedido na descrição da vaga. Arroz com feijão – mas muito bem feito.

Coincidência ou não, foi ela a única a nos cobrar o e-mail enviado, questionando se já tínhamos contratado o profissional desejado. 

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