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quarta-feira, 27 de abril de 2016

DESEMPREGO E READEQUAÇÃO PROFISSIONAL - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS CORPORATIVAS

Nos últimos meses temos acompanhado, vivido e sofrido com as múltiplas alterações políticas na gestão governamental brasileira e que é claro, de uma forma bem direta e contundente, têm afetado a saúde corporativa das empresas brasileiras.
Empresas com décadas de história, dos mais diversos setores e segmentos, com faturamentos mensais, que já ultrapassaram a casa dos 7 dígitos e com efetivo de milhares de funcionários estão sendo obrigadas a demitir de forma massiva; isso quando não suportam a úcera causada pela atual situação econômica e têm que literalmente fechar as portas.
Empresas com histórico sólido como a Embraer, têm sofrido intervenção do TST pelas demissões em massa que tem sido obrigadas a realizar, devido a estarem com a saúde financeira totalmente comprometida.
Em virtude do agravamento da crise econômica que assola o país, as empresas, sem uma perspectiva de melhora; mesmo que a longo prazo; estão se vendo obrigadas a dispensar inúmeros de seus empregados, sendo que, no pior dos casos, abandonaram e fecharam definitivamente o negócio construído há décadas, o que lamentavelmente tem ocorrido com uma maior frequência nos últimos meses.
Quatro meses atrás, antes de falir, o que hoje é uma empresa fantasma, era uma das maiores fábricas de eletrodomésticos do país, com 12% do mercado brasileiro de geladeiras e fogões. Foram mandados para casa 1.900 funcionários que desde dezembro estão sem receber salários.
Empregados ocuparam uma das unidades da empresa. Eles não sabem quando irão receber alguma coisa. E ainda terão de dividir a massa falida com os credores. A empresa deve um R$ 1 bilhão.
É difícil entender como uma fábrica deste porte acaba morrendo, as máquinas estão intactas, a capacidade produtiva foi preservada, os trabalhadores treinados estão lá fora querendo trabalhar. O que faltou para pôr todos esses fatores juntos produzindo, funcionando, criando as riquezas que o Brasil tanto precisa?
Foi a crise, diz o administrador da falência. Ele apura eventuais erros de administração, mas diz que as principais causas para o fechamento das portas foram a queda de vendas no setor de eletrodomésticos e a falta de crédito para girar a produção.
Com esse cenário, o que muitos profissionais estão sendo obrigados a fazer é buscar uma readequação de cargos, submetendo-se a salários menores enquanto essa citada crise não permite uma manutenção ou retomada do crescimento da carreira.
As equipes encolheram e os salários para as novas contratações também. “Antes da crise, as empresas estavam oferecendo remunerações até 20% maiores do que a média para fechar contratos com novos profissionais, hoje o que se vê são ofertas salariais que correspondem a 70% e 80% da média”.
É a velha lei da oferta e da procura prejudicando as negociações acerca dos pacotes de remuneração. Há exceções, claro, mas, em geral, com a crise a tendência é de redução nos salários, para "tentar" evitar as demissões.
Com a estimativa de um milhão de postos de trabalho fechados nos últimos 12 meses, a disputa mais acirrada nos processos de recrutamento e seleção faz com que muitos profissionais aceitem rendimentos menores e até aceitem cargos hierarquicamente inferiores aos seus empregos anteriores.
O que tem se visto são diretores voltando às cadeiras de gerentes, gerentes disputando vagas de coordenadores e até gestores lutando por posições de especialista.
Como o desemprego está cada vez mais presente na realidade do mercado de trabalho, a idéia tem sido: “Melhor reduzir do que ficar sem rendimento algum”. 
Repensar a pretensão de salário variável e negociar redução de salário fixo é o mais indicado, caso esta seja a condição para uma recolocação no mercado. Mesmo por que, estimativamente, o ano de 2016 já está completamente comprometido em relação à estagnação de retomada econômica das empresas; em todos os segmentos. A previsão dos especialistas é de que essa retomada só venha a acontecer em 2017.
O maior desafio para os profissionais de recrutamento nesse momento tem sido apostar na contratação de quem está à procura da recolocação, sem comprometer a já existente necessidade das empresas pelo preenchimento das vagas oferecidas.
“Um receio dos recrutadores é que o funcionário que aceitou um salário menor saia na primeira oportunidade mais vantajosa de mercado que bater à sua porta”.
O desconforto pode ser consequência direta da readequação, seja ela salarial e/ou de posicionamento de carreira. “Por isso profissional deve levar em conta que uma decisão deste tipo não deve ser tomada por impulso”. Demostrar uma atitude arrogante por já ter ocupado cargos mais altos na hierarquia ou abaixar a cabeça envergonhado e deprimido por ter se sujeitado a um salário menor, podem levar o profissional que está em busca de uma recolocação à uma situação ainda pior em sua carreira.
A dica dada por especialistas em RH é: Continuar investindo em qualificação e assim, aumentar o valor do seu passe para a situação do mercado de trabalho melhorar. “A crise torna urgente o corte de custos mas não de investimentos. Educação é um investimento e vai trazer retorno”.
No contraponto o profissional de RH tem que estar atento e preparado para lidar com toda essa realidade, pois deve antever a possibilidade de todas essas interpéries por parte dos profissionais a serem contratados e remanejados de forma a não comprometer as necessidades operacionais da empresa. Garantindo ainda, a não incidência ou pelo menos, um mínimo de impacto jurídico à empresa.
Por: Idalina Araujo

Fontes:
EXAME.COM
Arena Jurídica - ESTADÃO
G1
VOCÊ RH

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